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Lançamento: "Who are you wearing?" de Lautreamonts

Duo post-punk do Rio de Janeiro lança primeiro EP com referências de Siouxsie and the Banshees, Elysian Fields, Dead Can Dance.

Who are you wearing - The Lautreamonts

Quem você está vestindo?


Durante o desfile no tapete vermelho em Hollywood, a jornalista de moda Joan Rivers sempre perguntava às celebridades de qual estilista era a roupa que estavam vestindo.


No entanto, experimente repetir a mesma pergunta (“quem você está vestindo?”) na frente do espelho e o contexto muda completamente. Que persona você escolheu pra sair de casa hoje? Quem é você no trabalho? Ou no bar com os amigos? E no Facebook?


Os manequins na capa do EP de estreia dos LAUTREAMONTS somos nós mesmos. Figuras em branco que, dependendo da ocasião, vestem aquilo que for mais adequado. Seja um outfit de grife no tapete vermelho ou um traço de personalidade que seja aceito pelos outros.


Esse conceito de identidade (quem somos, como nos enxergamos e como ser vistos) permeiam todas as músicas de “Who Are You Wearing?”, lançado em Outubro pelo selo carioca EFUSIVA (também responsável pelo espaço alternativo Motim) e Oblique Musique Disques (da própria banda).

The Adequacy Waltz”, a faixa de abertura do EP, fala da busca desesperada pela aceitação social. É uma versão irônica sobre como tentamos nos encaixar num modelo de vida idealizado, seguindo os passos sincronizados de uma dança muito esquisita.


“Who We Were”, com o trocadilho “were/wore”, é uma auto-reflexão que fala como enxergamos nosso momento atual enquanto músicos. Não por acaso, é uma das faixas mais complexas e ricas em referências sonoras. Ela contém elementos da música árabe, post-rock, dreampop, eletrônico, etc.


“Drinksin+Truthsout”, como o nome já diz, é sobre como algumas de nossas verdades ocultas só vêm à tona depois de algumas boas doses de álcool.


“The Ones He Wore” foi inspirada no célebre monólogo do filme “Beijos Roubados” de Truffault, em que o personagem principal repete, sem parar, seu nome e de suas amantes na frente do espelho, numa tentativa de entender a si próprio.


“Black Sabbath” é um cover que teve a letra e interpretação vocal modificadas de forma que a música seja cantada do ponto de vista da vítima. É praticamente uma resposta à versão gravada pelo Type O Negative, em que o vocalista faz as vezes do próprio cramunhão. Ela mostra que, apesar de todas as nossas referências e experimentações que colocamos nesse projeto, nós nunca vamos negar nossas raízes metaleiras.


A Música


Os primeiros compassos já anunciam uma fuga do convencional. Numa clara influência de música árabe, é da cítara que vem o riff principal. Ela é acompanhada pela percussão, um elemento que será fundamental em todas as músicas do disco.


A produção foi feita em estúdio próprio, o que permitiu explorar a quase infinita gama de possibilidades que a tecnologia pode oferecer. Sem as limitações de uma banda tradicional, não pouparam tempo nem esforço durante a experimentação e pesquisa por novos sons.


O resultado de tudo isso foi um disco que mistura influências que vão da música oriental, ao Post-punk, passando pela experimentação do post-rock com um toque de psicodelia e melancolia. Fugindo da limitada tríade guitarra-baixo-bateria, a banda lançou mão de instrumentos como a cítara, dulcimer e diversos outros instrumentos de corda, sopro e percussão não convencionais.


As gravações contaram com a participação dos músicos Gilber T (Tomba Orquestra, Gerson King Combo, Laura Palmer, entre outros) tocando guitarra nas faixas “Who We Were” e “Drinksin+Truthsout” e Gabriel Calderon (Divã Intergalático e The Dormants) tocando guitarra e viola caipira em “The Adequacy Waltz” e foi masterizado por Chris Hanzsek (Melvins, Green River, Kultur Shock).


Lyric vídeo do single “Wo we were”

“Pense numa mistura de Dead Can Dance, Siouxsie and the Banshees, Foetus, Elysian Fields e Black Sabbath. Esse é um bom ponto de partida pra descrever o som dos Lautreamonts.”


Você é daqueles que já passou pelo Post-punk, tropeçou no grunge dos anos 90 e, com o boom do mp3, procurou tudo o que tinha de mais obscuro na internet? Depois desses anos todos, fica cada vez mais difícil encontrar um som que realmente chame atenção, né?


Sabe quando bate aquela fome no domingo à noite? Você abre a geladeira mil vezes, olha em volta, mas não encontra nada por que nunca soube exatamente o que estava procurando.


Essa sensação com relação à música foi a inspiração para que Martha F. e Hudson montassem o projeto THE LAUTREAMONTS. Depois de tocar em vários projetos (Set-Setters, TRONN, INP$, etc) nos anos 90, alguma coisa ainda estava faltando.


O som da banda é feito pra gente que percebe detalhes e sutilezas, mas também gosta de distorção e peso. Tem música oriental, bastante percussão, uma pitada de sarcasmo, experimentação e uma dose generosa de Post-punk.


Assim como no livro surrealista “Os Cantos de Maldoror” do Conde de Lautreamont (sim, é de onde vem o nome), os Lautreamonts soam tão belos quanto “o encontro de um guarda-chuva com uma máquina de costura numa mesa de dissecação”.


Para fãs de: Siouxsie and the Banshees, Elysian Fields, Dead Can Dance, experimentação e sarcasmo.


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